domingo, 9 de janeiro de 2011

1/2 Kg

Alguém conhece ele?... Algumas poucas pessoas conhecem meu bichinho de estimação. A minha chinchilinha macho, o 1/2 Kg.

Aí vai uma breve resenha de como adquiri ele e nossa convivência...

Quando pequena assistia Discovery Channel e amaaaava aqueles bichinhos selvagens dos documentários mais espetaculares sobre vida animal. Os suricates (o Timão, do desenho Timão e Pumba), os macacos (de todas as espécies), ursos pandas, coalas, chinchilas e todos os bichinhos fofos que eu via, óbviamente, queria ter! É, poderia ser dona de um Zôo, se bem que seria mais fácil ser veterinária. Mas, como a minha coragem, ou a falta dela, não permite aplicar injeções, descartei essa hipótese há tempos.

Então, logo que o Dani faleceu, precisava, como todo ser humano, apegar-me a algo novo. Voltei a trabalhar e, passava todos os dias por uma pet shop no centro de Porto Alegre. (Agropet - Vigário José Inácio, entre a Otávio Rocha e a Voluntários). 'Namorava' alguns cãezinhos, um furão exibicionista -que ficava se embalando numa rede em sua gaiola e, um ou outro bichinho fofo -porquinho da índia, coelhinhos, etc. Até que surgiu uma gaiola cheia, cheinha!, de chinchilas! Uma mais querida que a outra. Bem lunáticas! Movimentando-se frenéticamente dentro daquela gaiolinha, um frio do caramba e elas beeeem felizes.

Me apaixonei por umas daquelas coisinhas estranhas, dentuças e nervosas. Tinha um em especial. Era o único que ficava quietinho quando eu acariciava o pêlinho macio e as suas enormes orelhas! Sim... quando filhotes, as chinchilas têm as orelhas maiores que o corpinho, e o corpinho por sua vez, é picorruchinho, o que dá volume são os pêlos.

Namorei uns dois ou três dias e tcharam!, aquele bebê chinchila passou a ser o MEU bebê chinchila. Comprei ele, depois de muito insistir com o Nelson - meu esposo -, argumentando, explicando, mostrando fotos no meu celular, chantageando emocionalmente... Ops! Essa parte não era pra contar! :)

Levei ele pra casa numa caixinha. O que me deixou mais eufórica, é que ele não parava na caixinha e, na época eu ainda morava em Gravataí, ou seja, 'viajava' quase uma hora e meia para voltar do trabalho. E, como ele não parava quieto, peguei ele no colo. Desde aquele momento ele já tornou-se uma celebridade, e é claro, deve ter ajudado para a cultura desse povo que não sabia o que era uma chinchila.

Tá certo que é difícil de explicar. Ele é cinza - existem chinchilas de outras cores! -, tem bigodes e dentes enormes - quanto mais amarelos estiverem os dentes, mais saudável a chinchila está -, quando bebê é virado só em orelhas, pêlo que não acaba mais, ele tem também um rabo com pelagem grossa, parece um esquilo, come segurando o alimento com as patinhas, não atura o calor, também parece um coelho... Enfim, é uma chinchila, pô!

... Continuando... Todos do ônibus olhavam pra ele, queriam saber mais do meu baby. Quando cheguei em casa, compltei meu karma. Os meus bichinhos sempre gostam mais do Nelson do que de mim mesma! E, conseqüentemente, acabo por achar que o Nelson também gosta mais dos meus bichinhos do que de mim mesma. :s

Ele se apaixonou pelo meu baby chinchila e, acabou com todas as possibilidades de nomes fofinhos que eu daria. Batizou ele de 1/2 Kilo! E eu acho que ele gostou... Mas, eu queria nomes do tipo: Sr. Nuggets, Chad (do Red Hot), Baby, 50 Cent, Chester (do Linkin Park), e tantos outros, fora os de marica!

Logo que o 1/2 Kilo passou a habitar nosso lar, ele nem tinha gaiola. Ele ficava solto em casa. Adorava me fazer chorar, se escondendo, fazendo eu pensar que o Nelson tinha deixado a porta aberta e que le tinha fugido. Entrava e desespero. Certo dia, cheguei a passar tão mal, chorei tanto, que o Nelson até se sensibiliou e começou a chamá-lo pela casa, com uma vozinha de quem conversa com algum bebê arteiro: 'Vem cá vagabundo, não faz a mamãe chorar'... Hahaha! Era um máximo ver aquilo. E não é que ele achou?!

Então... Nem a sujeira, nem as mordidinhas no meu pé, nem os pulos dele na madrugada, nem os sumiços, nem nada, abalaram o amor que passei a sentir por ele. Nem minhas botas roídas no bico, nem meus saltos roídos!

Enfim, foi uma convivência de muito amor e divertimento. Mas, Deus decidiu tirá-lo de mim dia 09/01/2010. Para quem não sabe, as chinchilas não suportam calor. E, nesta Segunda Feira, Porto Alegre estava um caos. Um calor horrendo tomou conta da Capital Gaúcha e, meu baby não resistiu. Cheguei a levá-lo num veterinário na Zona Sul, que é especializado em animais selvagens - Dr. de Bicho na Otto Niemayer -, mas, ao chegar no local, ele faleceu no meu colo. :(
As veterinárias chegaram a fazer massagem cardíaca nele, mas não adiantou. O coraçãozinho deles é fraquinho e, ele já havia dado o último suspiro.
Espero que ele descanse em paz. Segundo a 'tese' do Nelson, ele está lá no céu, com o nosso bebê... E o Daniel tá puxando o rabo dele e rindo! ;)