A Ave
Vinha ela, correndo pela rua, desbaratinada. Corria tanto, parecia que voava.
E, os braços meio esticados, davam a impressão de que voava mesmo!
A dor... Quando ela lembrava da ardência, da maldita dor, aí que ela corria mais e mais. Louca para chegar em casa, louca para tomar um banho, louca para se atirar na cama e ficar quietinha, sozinha, sem ninguém para encomodar.
Longe de ser uma dor de cabeça, era beeem pior! Isso mesmo! Piooor!
Um misto de sofrimento, dor, ardência, e por fim o alívio.
Mas, como e porque sentir alívio depois de tanto sofrimento?
Óbvio, ela estava limpa. Limpa! (Nãooo, nada à ver com coisas ilícitas! hehe)
Ela tinha apenas feito uma coisa casual para as mulheres, muiito normal.
Ela depilou a axila. É. Tanto sofrimento por tão pouco.
Não meu caro, não era nada pouco. São duas axilas... DUAS!
E, depois que se passa pelo sofrimento da primeira, a mulher se obriga a depilar a outra.
Ninguém vai querer ficar com uma só axila depilada.
Mas, depois daquele dia, ela jurou para si mesma que nunca mais depilaria a axila com cera.
Segundo ela, o namorado pode reclamar, as pessoas podem falar, mas nunca mais, nunquinha mesmo!, ela vai se depilar.
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