quinta-feira, 2 de julho de 2009

Infância

Que saudades daquele tempo. Mas, que tempo? O tempo em que eu era criança, ou quando estava naquele processo de transição infância-adolescência? Não sei ao certo. Sei que está batendo uma saudade de uns tempos atrás. Quando eu sentava no colo da minha mãe pra reclamar de uma unha encravada danadinha que estava a incomodar. Ou, de quando eu pegava uma Barbie e uns utensílios, montando num cantinho qualquer da casa, um mundinho. Meu mundinho.
Passava as tardes ali, sozinha, conversando entre as bonecas, com seus filhinhos, seus maridos. Não queria me passar por ninguém. Era eu que vivenciava aquelas alegrias e aquelas tristezas. As bonecas não têm lágrimas, mas sei que elas ficavam chateadas quando as largava novamente dentro da caixa de brinquedos. Elas – e eu também!- queriam viver mais aquela época, andar de roller e bicicleta, ir trabalhar ‘de secretária’ ou ‘de prô’, fazer comidinha com as plantas do jardim...
Saudades de colocar bota de borracha pra sair na chuva, elas não deixavam a chuva molhar meus pés e, hoje em dia, se eu usá-las me chamarão de ridícula. Saudades de poder colocar sainha de prega sem parecer uma ninfeta vestida de colegial. Saudades de comer cachorro-quente e me lambuzar toda! Comer chocolate e ver Sessão da Tarde.
Esses dias comentei com uma amiga e infelizmente, chegamos a conclusão de que eu ficarei na saudade.

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